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segunda-feira, 4 de julho de 2016

Mágicos: Petrus Christus

Petrus Christus (c. 1410 a 1420 - 1473), O Juízo Final, 1452. Col. Gemäldegalerie, Berlim

O mais hermético dos pintores flamengos nunca foi igualado nesta visão de São Miguel e do que representa numa longa tradição de Iniciadores: avatar do poder de transmutação, o que ocorre em cada juízo que reconhece, e escolhe, por entre o fluxo aleatório mente-matéria, o fio que é ou virá a ser ordenador geométrico na direção da beleza e do Bem.

O Juízo Final nada tem a ver com pecadores ou a Humanidade. Acontece numa cabeça. O Arcanjo S. Miguel representa as faculdades de agir para desencadear ou defender a invocação do bem como princípio ordenador, oposto à aleatoriedade da matéria inorgânica e da vida sensorial primitiva que ainda mantêm desordenado o fluxo do Ser. Por isso tem por atributos a espada que recorta e o escudo que protege. Por acaso representam também a proporção aúrea na sua geometria estelar mais visível neste planeta, constelação à qual os homens ergueram monumentos funerários e depois os telhados de todas as casas em homenagem. Tudo é fractal.